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As carraças são transmissoras de algumas doenças nos cães, que no seu conjunto são habitualmente conhecidas por “febre da carraça”. 

Uma delas, a Erliquiose é de origem bacteriana, sendo que a bactéria Ehrlichia canis é a responsável pela infeção mais extrema (outras como a Babesiose e Ricketsiose são de origem parasitária), infetando os glóbulos brancos e com isso comprometendo todo o sistema imunitário do cão picado e em que a carraça conseguiu fixar-se à pele e transmitir a bactéria pela saliva ao sangue. 

Após a contaminação, os sintomas podem passar por 3 fases que na prática são difíceis de distinguir: 

1ª fase – aguda: manifesta-se alguns dias após a entrada no organismo e raramente é fatal quando detetada e tratada; 

2ª fase – subclínica: pode prolongar-se por anos sem sintomas visíveis; 

3ª fase – crónica: quando se manifesta é grave. 

Sintomas mais comuns: febre, apetite diminuído com emagrecimento progressivo, gânglios linfáticos edemaciados (volumosos), baço inflamado (verificado por ecografia), letargia, olhos e narinas com secreções, vómitos, náuseas, diarreia, alterações renais e em situações mais graves, sintomas neurológicos, tais como depressão e descoordenação. 

Por vezes, no caso da Erliquiose, os cães ainda podem apresentar 2 tipos de erupções cutâneas: petéquias (pontos vermelhos devido a derrames internos de sangue) e máculas (manchas vermelhas na pele, que são menos severas). 

Diagnóstico: nem sempre é fácil e direto, visto que é frequente haver contaminação mista de agentes da febre da carraça (bactéria e parasitas). 

As análises clínicas mais utilizadas para diagnóstico da doença, são: 

  • Hemograma: pode apresentar anemia (baixa de glóbulos vermelhos), imunodeficiência (baixa de glóbulos brancos) e trombocitopenia (baixa de plaquetas); 
  • Titulação de anticorpos de Ehrlichia – esta análise não é muito fiável; 
  •  Medição de proteínas totais no sangue – análise que também não é muito fiável pois outras doenças também manifestam aumento de proteínas totais; 
  • Esfregaço sanguíneo – é difícil detetar a bactéria nos esfregaços; 
  • Testes de DNA em sangue ou medula óssea – dispendiosos financeiramente e por isso é frequente os médicos veterinários optarem por avançar com o tratamento, baseado na sintomatologia e na análise básica de hemograma. 

Tratamento: recorre-se ao uso de antibióticos específicos e medicamentos de suporte, recomendados pelo Médico Veterinário para recuperação mais inócua e rápida. 

Prevenção: reduzir a exposição do animal às carraças é a melhor estratégia para evitar a doença! 

– Utilização de coleiras, pipetas ou comprimidos contra carraças; 

– Evitar a circulação dos cães em campos de ervas altas e não tratadas, sobretudo nos meses mais quentes do ano; tendo o cuidado redobrado nos canis e quintais, evitando ervas secas desnecessárias e fazendo tratamento preventivo à vegetação, com substâncias que não sejam tóxicas para os animais; 

– Após os passeios em zonas suspeitas de presença de carraças, deve ser feita uma inspeção atenta ao cão, entre dedos, orelhas, focinho e zona ao redor dos genitais. Como a carraça necessita de se fixar durante 24-48h para transmitir a Ehrlichia no sangue e causar a infeção, quanto mais cedo a retirarmos, melhor será a chance de não manifestar a doença. 

Em caso de dúvida ou suspeita de doença não deixe de agendar uma consulta na nossa Clínica Veterinária Drª Vanessa Carvalho através dos contactos: 218141685 e 919216512, de 2ª a 6ªf: 10-20h e sábado: 10-18h.